quarta-feira, 22 de agosto de 2012

encerramento de atividades

Encerrando o projeto sotto-voces, a partir de agora reinobrejo.wordpress.com

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Outras e através

...
Noite parada,
um seu paradoxo acalma-me em manto celeste.


Nebulosas... 
Extensas e carismáticas


Minguante só
Sentimentos homócronos
Sedento de álcool
Seco de fé


Residente distante
em corações intermitentes
dissonante eremita


Noite parada,
um seu paradoxo acalma-me em manto celeste.
Nebulosas...
Extensas e carismáticas


As estrelas transbordam
para dentro e para fora,
corpos que transbordam
para dentro e para fora.


Pés miúdos tocam o chão 
fugaz
Sob trapos encobertos
...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

leões em maio

Amor que ninguém tem
Paixão que ninguém tem
Talvez...


Olhares laços
Vagos vasos vazios
Sabores de outrem
e desdém


A melodia sussurrou ao pé do ouvido
o sopro quente que as fossas escapam...
Sabem os caminhos


Captar...essências etéreas
quando nada mais é essencial
e nada carece de razão
os sentidos são extintos
são instintos.


Foi tardio
Raiou o dia
Embriagado acordou antes da hora



terça-feira, 15 de maio de 2012

Indeferir

...
Vou me esconder
Atrás de rijas memórias
Ríspido e vulgar.



Garoa Canta
As faces das casas choram
As transparências embaçam
As luzes úmidas
tingem centelhas d'água.

Aquecer meu lar
Caminhar longas distâncias
do sofá
da cama
ranger o piso em direção ao precipício da memória
donde palavras se jogam.

Vias expressas em mãos opostas

Mãos opostas por vias expressas
...

sexta-feira, 11 de maio de 2012

faltar-me-ia bom senso...

Se fantasmagoricamente aparecesse
nebuloso e vivo
entre seios cândidos,
calafrios
o eixo de um caminho

não tem pelo que
não tem onde ir
age sozinho
vai sozinho
embriagado ou não
sinuoso ou não
não tem destino
ainda é rabisco.

(alterado do original de 26/06/08)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Intuinvasão - I

Desejo
Ensejo
Descontrole

O rio se extende,
a vida prossegue.
Água abaixo
Um humano sentimento.

Não há nada de novo aqui
São
Cousas
Sem lugar.

sentado no chão
O arredio espia.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

para os loucos, parte III - rascunhos

Qual,
tu que entras assim sorrindo
sem volta 
envolta em misterio
lar descansa
aperta algo enquanto
tsc tsc tsc
imprenso
no meu silencio
descalco
decalco frias
pegadas por ai

diminui e brota

prende e solta

expande e falta

mao pequena,
qual pensura
esmiuca me?
somente turva,
mente a pele vazia?
somente lenta,
mente a pele quente?
mete-se e mente-se
simulacros de nova inocencia
embaralhados em sopros doces
dementes
de mentes
quieta
e inconsciente

qual pensura
mao pequena
o vento sopra
as cenas veem


...

domingo, 1 de junho de 2008

rascunhos

noites sem pernas
assim eu não desando
assim eu não me enrolo

noites sem pernas
palpáveis
permutas

noites sem pernas
assim
sem vultos

noites sem pernas
plenas
obscenas

noites sem pernas
cama
tramas

noites sem pernas
assim
sem
só noites

quinta-feira, 17 de abril de 2008

rascunhos..

Quando tudo é mesma coisa
ao mesmo tempo
a todo tempo
um meio
reduto para meus pensamentos
falta.
Eu não proclamo nada
deixo meus pedaços espalhados por aí,
na esperança de um tropeço,
recebo um chute.

eu não sou daqui,
deram cabo do meu lugar
e simplesmente não sei aonde ir.

sábado, 15 de março de 2008

para os loucos, parte I

intensamente clara
palavras absurdas, absolutas,
olhos mudos e inundos
de alguma coisa q se espalha no ar...

...abstrata

delírios
pensamentos sem donos
só códigos
só pensar

nimbos coloridos

nimbos sem tradução

sexta-feira, 7 de março de 2008

Série - Pedaços de meu jardim

I- fumiga

a disodenada fumiga
atrevida busca um doce
sobe i desce paredi

sem pensa

II- lagata

a lagata vira boboleta
quando sai da casinha
bati as asa e vua

sem pensa

III- abelia

a abelia tem ferraum
i gosta muitu di flor
quando ela pica ela morri

sem pensa

quarta-feira, 5 de março de 2008

burricos e buracos

Que falta de bom senso...


Olhos enganam a primeira vista.
A segunda?!
Bem, eles podem se apaixonar.

Não tem pelo que,
agem sozinhos e embriagados
e não tem medo.

Olhos felinos.............................../ Olhos humanos
Espelhados................................./ Estilhaçados
Refletem a caça
Degustam-na a cada passo
até o ultimo pedaço.................../ Quão felinos são?


Que falta de bom senso...


Se fantasmagoricamente aparecesse
nebuloso e vivo
entre seios candidos e calafrios
o eixo de um caminho.

não tem pelo que.........................../ não tem onde ir
age sozinho...................................../ vai sozinho
embriagado ou não......................../ sinuoso ou não
não tem destino............................./ ainda é um risco


Febre na pele que parece fria!
Febre na pele que parece fria!

- O que desejas?
Talvez ilusões...
- Garçon! morfina para a bailarina.
O espetáculo tem que continuar.

Mastiga-me a alma em petiscos
que logo lhe conhecerei por dentro.
e ela simplesmente rodopia...


Que falta de bom senso...


Quando o sonho brinca,
o desejo sussurra...
...o que há debaixo de sua pele que não me deixas ver?

domingo, 2 de março de 2008

Guarda-Chuva

diga alô ao louco
e vá embora

parafusos
caraminholas

o louco corre
o louco sobra

não agora sua mão...
o vento venta a pé

diga alô ao louco
e bora bora
em bichinhos alados de papel

o louco bola
o louco cola

o palito de abóbora
fogo pega
o espantalho chora
o milho vira pipoca

diga alô
diga há louco
diga aos poucos
o que ele gosta

quando o louco chega
gente séria qué imbora

diga alô ao louco
dê-lhe um docê que criança gosta

quarta-feira, 14 de março de 2007

Série Rabiscos Noturnos

11. Sem titúlo

Como palavras indigestas
A razão pela qual falho
Me pertuba do estômago
A cabeça
Aos pés

Quando deito
Quando calo
entro
saio

E elas

Elas me consomem

O gosto é bom
Mas o tempo o deixa amargo

Como palavras indigestas

Quando levanto
Quando falo
vou
volto

E elas
Elas me consomem

Vazio
Vazio
Vazio
Vazio

A razão pela qual falho
A palavra mais podre que madura

Vida mais curta que longa
Mais boba que sábia
Mais errada que certa

Perfeita
E indigesta

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Série Rabiscos Noturnos

10. O que está debaixo da pele
parte 1

O que está debaixo da pele
Está acima do mundo
Está mudo
Está nulo

O que está debaixo da pele
Toca a pele
Que toca a pele
Que apela

O que está debaixo da pele?
Este
Esta
Está

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Série Rabiscos Noturnos

9. Sem título 2

O eterno retrocesso
Tão certo
Tão belo
Quando vê
Já foi

Segue sem saber que dia é hoje
Sem saber se é
Se não é
Se foi
Se foi

O eterno retrocesso
Comigo brinca
:)


Sábado, Dezembro 30, 2006, 2:54AM
Série Rabiscos Noturnos

8. Sem título
obs. ritmos

Leve
Breve
Intenso
Profundo

Pro fun do...



No fundo

Leve
Breve
Intenso
Profundo
No fundo

Profundo
Intenso
Breve
Leve

Levito
Lhe evito

Hora
Ora
Orra!
P.!

Urra
Evito




Leve
Agora
Ora
Ora



Dentro
Leve


Sábado, Dezembro 30, 2006, 2:47AM
Série Rabiscos Noturnos

6. Título ao final.

Já havia me esquecido, afinal, há quanto tempo, ¿pois é, quanto tempo¿. Não sei bem por onde começar, me falta à mente - por ocupação com coisas bestas - algo que me faça prosseguir, mas ainda aqui insisto, como quem não quer nada, sabendo que ninguém quer nada, o que já é alguma coisa, coisa pouca que seja, mais que nada é. Não sei bem por onde começar, talvez deva ficar tranqüilo, mesmo que o sono não venha - destruí a noite estendendo meus sonhos além o meio dia. Ainda não sei se vale à pena de estar aqui, acordado, sem palavras, sem nada, sozinho no cerrado, ouvindo músicas que não sei a letra ou mesmo sem melodia, perpetrando o silêncio que alguns dias me invade. Em certos momentos me perco, não sei se comigo falo ou se só escuto a voz do meu pensamento, afinal, acredito eu, pensamos no mesmo tom que falamos, e sendo assim, até o silêncio diz alguma coisa, só para contrariar o próprio silêncio.
Uma pausa para o café.
Até a chuva têm seus por quês, quisera eu ter os meus. Digo e é por pouco, que algum sentido deve haver nas águas que ao princípio da noite caíram, brutas, como quem diz: olha-me! Olhei-a e mal disse seus transtornos, ilhado em um lugar fora daqui, mas com a sorte de um livro para passar o tempo. A chuva, ela têm seus por quês, poderia muito bem cair agora, quando todos dormem, ou pouco antes, quando todos deitam, mas não, goza do fruto de sua liberdade, age como bem entende sem que entendamos o que pretende. Diria eu que hoje - talvez esteja mais atento a ela que de costume ¿ ela quis descer as sarjetas, ao asfalto, ao teto das árvores, telhados, gramados, enfim, estar na terra para ver o firmamento. Besta não? Soubessem a noite que agora faz daria razão a ela. Acabasse agora a luz da cidade como no momento em que eu lavava a cabeça enquanto ela caia. Não, melhor não, perderia o que aqui escrevo, ficaria puto, me conheço.
É, a chuva têm suas razões, e me assusta pensar em como é minuciosa a ponto de pensá-la como ser vivo e não só como fonte da vida. Teria a chuva em surdina tramado contra mim (ou ao meu favor, visto o que se passa agora). Cautelosa, na espera da minha nova trilha sonora ¿ pois é, logo hoje meu player toca algo que até então ambos desconhecíamos ¿ invoca um desses momentos ao qual denominamos único. Sim, sim, único, ínfimo, integro e fugaz, como a fumaça de um cigarro ou a queima de um incenso (há quem dirá que o aroma seja igual, mas, veja bem, cada fumaça tem o dom de ser única).
Chuva, como pode, ser sempre a primeira em muitas? Como poderei agora olhar para ti sem pensar nos seus motivos, sem torná-los meus, somente meus.
Agora chuva, na embriagues da minha memória que só os dias passando causam, lembro-me da última vez que nos encontramos. Em outro lugar, longe daqui, me avisava em imprevisto durante minha caminhada, que as noites quando queres são assim, únicas e com estrelas, afinal, quem diria que por de trás daquela cortina e daquela cortina (sim, duas) haveriam estrelas. Sabias tu do meu calor e do meu gesto em busca de aliviá-lo? Sabias? Penso que sim, e torno com menor espanto a pensá-la viva.
Quantas coisas se passam sem que tomemos conhecimento delas, nossa... quantas coisas. Talvez seja isso que queira me dizer ao despejar sobre mim seus milhões de dedos, e foram milhões nesses dias todos. Tão ¿perdido¿ que nem reparei, e só agora, nós dois em terra conversamos, novamente, a olhar o firmamento em silêncio.

Sobre a chuva
Sob o firmamento


Sexta-feira, Dezembro 29, 2006, 4:07AM
Série Rabiscos Noturnos

5. Primeira loucura

...
Vivo ou morto
fico louco
fico vivo
vivo e morro
morro abaixo
abaixo fico
fico vivo
vivo e morto
nem vivo
nem morto
fico
vou
vôo
e fico louco
Vivo ou morto
fico louco
fico vivo
vivo e morro
morro abaixo
abaixo fico
fico vivo
vivo e morto
nem vivo
nem morto
fico
vou
vôo
e fico louco
Vivo ou morto
fico louco
fico vivo
vivo e morro
morro abaixo
abaixo fico
fico vivo
vivo e morto
nem vivo
nem morto
fico
vou
vôo
e fico louco
Vivo ou morto
fico louco
fico vivo
vivo e morro
morro abaixo
abaixo fico
fico vivo
vivo e morto
nem vivo
nem morto
fico
vou
vôo
e fico louco
Vivo ou morto
fico louco
fico vivo
vivo e morro
morro abaixo
abaixo fico
fico vivo
vivo e morto
nem vivo
nem morto
fico
vou
vôo
e fico louco
Vivo ou morto
fico louco
fico vivo
vivo e morro
morro abaixo
abaixo fico
fico vivo
vivo e morto
nem vivo
nem morto
fico
vou
vôo
...


Segunda-feira, Dezembro 25, 2006, 11:03PM
Série Rabiscos Noturnos

4. Amargo

Amargo é:
Provar de si

só deixei
só fiquei
só outrem

E eu amargo sinto

Amargo fica:
se doce queres bem
quem só deixa
quem só fica
quem só está bem.


Terça-feira, Dezembro 05, 2006, 9:38PM
Série Rabiscos Noturnos.

3. Já é noite

Já é noite, a pouco passamos das 19 horas, ainda está claro, apesar do tempo de chuva, mas já é noite, pelo menos é o que os relógios dizem. A mim pouco importa. Na verdade nem sei se algo mais me importa. Bate uma vontade de largar tudo, abrir mão de tudo, antes que o amanhã chegue, antes que a noite que mal começou acabe e quem sabe, ainda poder aproveita-la alguns instantes.
Já é noite, sinto que estou perdendo tempo. Preciso abrir as portas e janelas para jogar tudo fora, até a razão, depois sumir. Já é noite, ninguém poderia me encontrar.
Acaso, meus braços atados, ainda que fortes, não se movem, não atiram o primeiro sopro de liberdade pela janela que se encontra ao meu lado, aproximadamente um metro. Por acaso o pensar inibe o ato? Não sei, mas sempre que pensei o tempo correu, chegou a noite, e tudo caia sob o pano do sono profundo.
Já é noite, e não sei por onde começo.
As infinitas e intocáveis teclas ameaçam me entregar. Já é noite, tenho medo e por isso tantas noites em claro, mas claro que essa não é uma regra, só uma fase. Está acabando com o que resta de mim, que é tão pouco que mal se sustenta. Queria ser intenso sempre, como a noite e seus apetrechos, mas a minha natureza está fatigada... morta não.
Já é noite, a pouco estamos das 20 horas, ainda está claro, apesar do céu dizer alguma coisa, não sei mais se choverá ou não. A mim pouco importa. Aliás, nem sei se algo mais me importa, caso contrário, gostaria que não me importasse.
Já é noite, acho que vou ficar aqui sozinho, sem tocar em nada... Engraçado, chamamos de ¿nada¿ ¿tudo¿ que temos, basta ver os alertas que nos são dado desde criança (¿não toque em nada!¿), mas isso é só uma bobeira minha, uma coisinha de nada.
Já é noite, e por hora não tenho mais nada a dizer.
Série Rabiscos Noturnos...

2.Folia

Banguçada
desanda
dança!
que as tuas pernas ja não podem andar
salta
tira os pés firmes do chão
sinta o ar
ele que te abraça agora
leve

banguçada
comanda e lança
teu olhar pro céu
telescópico
habita o azul com pétalas
brancas
fragmentos do teu corpo disperço no espaço
e já não há lugar que não toque,
já não há lugar pra onde olhe,
mesmo na profundeza de minhas palpebras baixas
e do meu frio olhar,
q não ilumines.

bagunçada
desanda
dança!
que minhas pernas já não podem andar
salta
tira os pés firmes do chão
sinta o ar
voar
voar
voar
para depois repousar descalça em terra
que em leito permante
admirida
de papo pro ar.
Série Rabiscos Noturnos...

1. O Silêncio

O silêncio...
canto de quem espera.
Imprudente.
Uma sorrindo,
3/4,
7/8,
amanhã talvez cheia.

O silêncio...
canto de quem espera,
onde mora o vento
e outras coisas leves,
coisas nem sempre tangiveis
...

Silêncio

Silêncio

Escuta?

Passos lentos no espaço de um quarto,
pouco mais de um dia e
minha voz baixinha
para não quebrar o silêncio,
dizia:



Você já sabia do silêncio,
canto de quem espera
imprudente.

Alerta!
Alerta!

A chuva caindo baixinho...
os passáros voando baixinho...
o peito baixinho...
no chão,
tão longe do céu,
da noite,
onde só existe o silêncio,
onde 1+1=1.

Te conto
(ainda baixinho):
Desenhei uma constelação,
suas mãos.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Série Rabiscos Noturnos

As coisas que não entendo

eu não entendo:

a estupidez da beleza
que é bela
a ignorância da delicadeza
que é delicada

a flecha que erra o alvo
as palavras,
ah, essas realmente não entendo

sonhos
chuvas
deslizes em curvas
ah, curvas...
essas realmente não entendo

não entendo estrelas
nem lua
estradas
ruas
caminhos
não entendo e me perco

coisas bobas
entre outras coisas
não, não entendo...

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Para começar com o pé direito

Nada é Impossível de Mudar

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.

Bertolt Brecht